domingo, 18 de fevereiro de 2018

Lady Bird: A Hora de Voar

Lady Bird: A Hora de Voar começou com uma abertura modéstia nos EUA, com apenas 4 salas. O sucesso de arrecadação foi tanto que foi ganhando cada vez mais espaço, ao ponto de chegar a 1557. Além do sucesso na bilheteria, veio também a aclamação crítica: durante um bom tempo, quebrou o recorde de Toy Story 2 no Rotten Tomatoes por ficar com 100% de crítica positiva, com uma quantidade maior de críticas do que a animação. Pra fechar com chave de ouro, ganhou diversos prêmios e está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz (Saoirse Ronan) e Melhor Atriz Coadjuvante (Laurie Metcalf). Nessa crítica sem spoilers, vou abordar o que o longa tem de tão especial.
Não tenho como começar esse texto sem falar da grande idealizadora de tudo: Greta Gerwig, que também pode ser conhecida atualmente como a quinta mulher a ser indicada ao Oscar de Direção. O trabalho que ela faz ao dirigir e roteirizar esse filme é primoroso. É emocionante, é envolvente e, acima de tudo, é real. Diria até mais do que real. A história é basicamente uma garota passando da adolescência para a maioridade. Só que ela pega isso e naturaliza tudo de forma que eu me senti convivendo com aquelas pessoas, e não assistindo. O roteiro é de uma minuciosidade tamanha, que não parece que alguém teve o trabalho de escrevê-lo de tão sincero que ele sai da boca dos atores.
Outro trunfo de Greta é conseguir transitar tão bem do humor para o drama. Em várias cenas, eu ainda estava rindo de uma piada e, do nada, eu levava um soco no estômago com um drama sério que conseguiu me emocionar sem nenhum esforço. Ela construiu a narrativa quase como uma montanha-russa de emoções, que é basicamente o que sentimos quando somos adolescentes. Dentro disso tudo, temos personagens tão bem construídos que não sentimos apenas próximos de um ou outro, mas de todos, porque conseguimos compreender todas as dores e todos os sentimentos de cada um.
Na atuação, Saoirse Ronan roubou minha atenção com a personagem título, Lady Bird. É estranho pensar que ela não é o que vemos no longa porque ela está muito à vontade no papel. Acho que seria uma das únicas vezes que eu agiria como se o ator fosse o personagem, caso encontrasse ela na rua. Merece e muito a indicação ao Oscar e não ficaria triste se ganhasse. Laurie Metcalf não fica atrás com Marion, mãe de Lady Bird. Por muitas vezes enxerguei minha mãe falando, e provavelmente muitas pessoas devem sentir o mesmo. Ela e Saoirse demonstraram uma maturidade enorme nas atuações por mostrar que você pode ser brilhante mesmo sem precisar exagerar. Elas conseguiram sentir essas duas mulheres de forma única e verdadeira. É uma infelicidade as duas não serem favoritas ao Oscar, nas respectivas categorias.
Lady Bird: A Hora de Voar triunfa naquela velha máxima: menos é mais. Greta Gerwig constrói de forma simples uma história emocionante, em todos os aspectos da palavra. A direção e o roteiro chamam a atenção pelos eventos naturais, e isso é empolgante de forma real. O elenco só realça ainda mais a sinceridade da proposta. Sem dúvidas, um dos melhores filmes de 2017 e um dos mais verdadeiros - se eu posso dizer isso - que eu já vi.
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